into the spheres #6 – Rui Trintaeum

O Trintaeum sou eu e eu estou aqui
Rui Trintaeum

Baixista, gestor, programador, DJ, promotor… O que é que ainda está por fazer? Que discos te falta tocar?
Sinto que ainda tenho muito para fazer… o que está feito, lá vai… é bom recordar mas o que me interessa é o agora e o que poderá vir. Falta-me tocar toda a música que não existe ou aquela que existe mas que por algum motivo não toquei. Um dia poderei parar; ou talvez não… é algo que não me preocupa.

 

3 décadas são muitos estilos, muitos espaços, muitas pessoas. O que significa a música para alguém que lhe tem dedicado uma vida?
Tudo aconteceu naturalmente e sem qualquer premeditação… a música foi sempre o ponto central em todas as minhas actividades, talvez o ponto de partida e o de chegada. O amor muitas vezes não tem qualquer explicação e assim é a minha ligação à música.

 

Passados 6 anos do fecho há papéis de parede e vistas para a Foz que continuam na memória colectiva de muitos dos que ouviram o que tinhas a dizer à cidade. Depois do Passeio Alegre, o que é agora o Trintaeum?
Fui muito feliz naquele lugar… eu e mais pessoas que igualmente fizeram parte do espaço, a começar pelos que o frequentaram e foram a primeira razão da sua existência. Acabou ali mas algo continua comigo. O Trintaeum sou eu e eu estou aqui.

 

O jazz parece longe do techno, mas a distância por vezes engana. O que liga tudo isso?
O jazz como género ligado à música de dança esteve bastante presente na música que passava, hoje nem tanto, estou menos orgânico e mais electrónico; no entanto, o jazz enquanto conceito de improvisação é essencial como referência para as minhas sessões de dj.
“do jazz ao techno” dá-me uma amplitude musical e uma liberdade que me agradam, ligam passado e futuro… é uma frase de apresentação aos outros mas que sobretudo faz todo o sentido para mim como a minha própria referência, os meus azimutes.

 

Quais são os projectos em que estás envolvido actualmente? Onde te podem ouvir nos próximos tempos?
Estou a programar bares de hotel e outros espaços: faço eventos à medida dos clientes que me contactam, alugo material e mais umas quantas pequenas actividades que me asseguram uma estabilidade financeira e me permitem não depender do que ganho como DJ. Deixei definitivamente o têxtil.
Nos próximos tempos vou estar pelos RIB, quer no Porto quer em Lisboa, na próxima quarta vou fazer uma noite Unfold na Trofa, a abertura de um novo espaço no Porto, o festival Etcetera no Algarve e tenho mais uns pedidos em confirmação, alguns fora de Portugal.
Estou numa fase de mudança tranquila, tenho algumas ideias mas ainda não estou seguro se as deva colocar em prática e por isso não vou adiantar agora nada mais sobre isso.
Não tenho qualquer necessidade que me obrigue a ter que me mexer para fazer alguma coisa mais do que já faço. Fazer por fazer, isso não: Nunca fui assim e muito menos agora.
Reconheço que há espaço disponível para coisas que ainda não estão feitas, mas é para mim muito claro que não me vou meter em novos projectos sem condições de viabilidade.

  1. Brion Gysin – Pistol Poem
  2. Dauwd – Macadam Therapy (Original mix)
  3. Flowers And Sea Creatures – Blades Nokturne (Original Mix)
  4. Howling – Phases II (Toto Chiavetta Colour Zero)
  5. Paulo Olarte – Solo Dejate Llevar (Switchdance Remix)
  6. Avidus – Nekromant (Jens-Uwe Beyer Remix)
  7. Max Cooper – Organa (Patrice Baumel Remix)
  8. Eduardo De La Calle – Rosert (Original Mix)
  9. Tin Man – Evaporated Acid (Original Mix)
  10. Daniel Avery – A Mechanical Sky
  11. David Morales – Don’t Go (Ryan Elliott Remix)
  12. Dinky – Slowly (Radio Slave Remix Version 2)
  13. Marcel Dettmann – Seduction feat. Emika (Short Version)